quinta-feira, 7 de agosto de 2014

PELA PROIBIÇÃO DO USO DE AGROTÓXICOS DENTRO DO CAMPUS DA UFRPE.

UMA LUTA A FAVOR DA VIDA.
Núcleo de Agroecologia e Campesinato, DCE e ADUFERPE  na  luta contra os agrotóxicos no campus da UFRPE-Recife.

Em 12 de outubro de 2012, o Núcleo de Agroecologia e Campesinato – NAC da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), protocolou uma carta à Reitora solicitando a proibição do uso de agrotóxicos dentro da área do Campus, aqui na sede de Dois Irmãos. (Protocolo nº 018109/2012-88)

Nossos argumentos, para este pedido de proibição, estão sustentados por um conjunto de fatores e agravantes, entre os quais destacamos:

a) Este Campus encontra-se dentro de uma APA – Área de Proteção Ambiental.
b) Os locais de uso dos venenos são locais de trânsito de pessoas sendo que a maioria delas sequer toma conhecimento dos riscos a que estão sujeitos.
c) As áreas onde são aplicados os agrotóxicos são próximas aos córregos ou canais de drenagem cujas águas alimentam o Rio Capibaribe.
d) A poluição ambiental dos venenos, inclusive em zonas próximas a prédios e restaurante (Mesa Farta - Associação dos Professores), coloca em risco todos os frequentadores e transeuntes.
e) Um dos agrotóxicos que continua sendo usado dentro do Campus é o herbicida Glifosato, proibido para uso em áreas urbanas pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
f) Pesquisas comprovam que os agrotóxicos causam graves danos à saúde e ao meio ambiente.

No mês de julho, a ADUFERPE e o DCE se associaram ao NAC nesta luta, protocolando outra carta à Reitora reiterando o pedido de proibição de agrotóxicos dentro do campus (Protocolo nº 23082.014462/2014-51, de 18/07/2014). Conjuntamente, as entidades promoveram uma serie de atividades no dia 18 de julho, entre elas a projeção do filme O Veneno está na Mesa 2, de Silvio Tendler, seguido de debates.

Também foi realizado um ato simbólico, que constou da colocação de faixas dentro do campus, pedindo o fim do uso de agrotóxicos e foram pregadas cruzes em vários locais da área da universidade, onde eventualmente são usados agrotóxicos. 




Durante o ato, que contou com a presença de estudantes, professores, servidores técnico-administrativos e de um grupo de indígenas Xukurus, foi encontrada na área uma caixa vazia do herbicida Roundup.


E outras embalagens de agrotóxicos, como exemplificamos, abaixo:


Na mesma data, o NAC entregou à Reitora um dossiê com um conjunto de informações, reforçando o pedido de proibição do uso de agrotóxicos dentro do campus, assim como um abaixo assinado com mais de 1.000 assinaturas de pessoas que fazem parte da comunidade universitária. Na ocasião, a Reitora disse que iria ler os documentos e depois chamaria as entidades (NAC, ADUFERPE e DCE) para uma conversa, o que não ocorreu até o momento.
No mesmo dia, o Departamento de Agronomia colocou uma nota na página da universidade, justificando o uso de venenos dentro da área do campus e argumentando sobre o “uso correto”.
Entretanto, segundo especialistas da área, não há possibilidades de “uso seguro” de agrotóxicos, muito menos em zonas urbanas, como é o caso do nosso Campus, que além de tudo está localizado em área de proteção ambiental. Como adverte a professora Raquel Rigotto, do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará, por um conjunto de razões que ela evidencia, deveríamos “reconhecer que não temos condições de fazer o uso seguro” dos agrotóxicos, razão pela qual deveríamos deixar de utilizar estes produtos “Já que as consequências do uso (in) seguro de agrotóxicos para a vida são graves, extensas, de longo prazo e algumas irreversíveis ou ainda desconhecidas.”, afirma a Doutora. 

Como agravante, no caso do Campus da UFRPE, em Recife, as áreas de hortas e de pesquisas agrícolas, onde normalmente são usados agrotóxicos, estão localizadas muito próximas de mananciais de água, o que indica que o uso desses produtos químicos pode trazer sérios riscos de contaminação dos recursos hídricos, além de afetar a fauna e a flora de uma área ambiental protegida por lei.




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